Traumas e como superá-los

 

Origens dos Traumas

Os traumas podem surgir de diferentes fontes e têm efeitos únicos em cada indivíduo. Alguns estudos indicam que fatores genéticos e predisposições biológicas podem influenciar a forma como uma pessoa reage a eventos traumáticos. No entanto, as experiências de vida desempenham um papel fundamental na formação dos traumas.

A infância é um período especialmente vulnerável, e eventos traumáticos nessa fase podem ter repercussões duradouras. A negligência, abuso físico, emocional ou sexual, e a exposição à violência doméstica são exemplos de experiências traumáticas que podem ocorrer na infância. Segundo o Dr. John Briere, renomado psicólogo especializado em trauma, “traumas precoces têm uma influência significativa no desenvolvimento emocional e nas habilidades de enfrentamento de uma pessoa”.

Eventos traumáticos na vida adulta, como acidentes, assaltos, desastres naturais ou combate militar, também podem levar ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ou outros distúrbios relacionados ao trauma. Cada experiência traumática é única e pode ter diferentes efeitos emocionais e psicológicos.

 

Formas Utilizadas para Superar Traumas

• Psicoterapia

Tratamento terapêutico realizado por profissionais de saúde mental para ajudar as pessoas a compreenderem e superarem seus traumas, utilizando técnicas específicas e estruturadas.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é frequentemente utilizada e demonstrou ser eficaz na redução dos sintomas do TEPT. Através da TCC, os indivíduos aprendem a identificar e modificar padrões de pensamento negativos e distorcidos relacionados ao trauma.

De acordo com a Dra. Judith Herman, especialista em trauma, “a psicoterapia pode ajudar os sobreviventes a recuperar um senso de poder e controle sobre suas vidas”.

A terapia também pode incluir o trabalho com técnicas de processamento do trauma, como a Terapia de Exposição Prolongada (TEP) e a Reprocessamento e Dessensibilização por Movimentos Oculares (EMDR).

A TEP envolve a exposição gradual à memória traumática e permite que o indivíduo processe e lide com as emoções associadas a ela.

O EMDR, por sua vez, utiliza estímulos bilaterais (movimentos oculares, toques ou sons) para facilitar a reestruturação da memória traumática. Essas abordagens terapêuticas são fundamentadas em evidências e têm se mostrado eficazes no tratamento de traumas.

 

• Exposição Gradual

A exposição gradual é uma técnica frequentemente utilizada em terapias para traumas. Técnica terapêutica que envolve a exposição controlada e progressiva às situações ou memórias traumáticas permitindo que o indivíduo se habitue gradualmente a elas, com o objetivo de reduzir a resposta de medo e da ansiedade associada.  Isso pode ser feito por meio da imaginação ou, em casos mais avançados, por meio de exposição direta à situação traumática.

Essa abordagem é frequentemente combinada com técnicas de relaxamento e estratégias de enfrentamento para auxiliar o indivíduo a lidar com as emoções que surgem durante o processo.

 

• Apoio social

O apoio social é de vital importância para a recuperação gerado pelo trauma. Rede de suporte emocional e prático fornecida por amigos, familiares e profissionais de saúde, que desempenha um papel fundamental na recuperação de traumas ao fornecer um ambiente de apoio emocional e prático.

O Dr. Bessel van der Kolk, especialista em trauma, destaca a importância do apoio social, afirmando que “a presença de um relacionamento saudável e de apoio é fundamental para a cura”.

Participar de grupos de apoio ou buscar a companhia de pessoas que passaram por experiências semelhantes pode fornecer uma sensação de compreensão e validação, além de compartilhar estratégias de enfrentamento.

Além disso, a terapia familiar pode desempenhar um papel importante no processo de cura, permitindo que os membros da família compreendam e apoiem uns aos outros durante o processo de recuperação.

 

• Autocuidado e práticas terapêuticas complementares

Práticas e hábitos que visam cuidar do bem-estar físico, mental e emocional, promovendo a autorregulação e o fortalecimento durante o processo de superação de traumas.

Além das abordagens mencionadas, existem várias práticas terapêuticas complementares que podem ajudar no processo de superação de traumas.

Exemplos incluem técnicas de relaxamento, meditação, yoga, exercícios físicos regulares e expressão artística. Essas práticas promovem o autocuidado, o bem-estar emocional e a conexão mente-corpo, auxiliando no processo de cura.

A prática regular de exercícios físicos, por exemplo, tem demonstrado ser benéfica para reduzir os sintomas de ansiedade e depressão relacionados ao trauma.

A meditação e o mindfulness podem ajudar a acalmar a mente, reduzir o estresse e promover a autorregulação emocional.

A expressão artística, seja por meio da escrita, pintura ou música, pode ser uma forma terapêutica de processar as emoções relacionadas ao trauma e aqui temos a arteterapia como uma importante ferramenta para superar esse desafio.

 

Conclusão

Os traumas são experiências dolorosas que podem afetar profundamente a vida de uma pessoa.  A psicoterapia, a exposição gradual, o apoio social e o autocuidado são abordagens eficazes para auxiliar na recuperação.

Cada abordagem possui sua importância e contribui para o processo de cura de traumas.  A atenção ao bem-estar físico, mental e emocional pode promover o equilíbrio e a autorregulação emocional.

É importante ressaltar que o processo de superação de traumas é único para cada indivíduo, e a busca por apoio profissional é essencial. Cada pessoa vivencia o trauma de maneira singular, e a intervenção terapêutica personalizada leva em consideração as necessidades individuais.

Lembrando que esse é um artigo informativo, procure sempre um profissional dedicado a ajudar pessoas a superar traumas para um tratamento adequado e seguro.

Em suma, superar traumas requer tempo, paciência e dedicação. O tempo é seu melhor aliado nesse momento.

As estratégias mencionadas neste artigo são eficazes para muitas pessoas, mas é importante adaptá-las às necessidades individuais.

Com o apoio adequado, é possível reconstruir a vida após um trauma, fortalecendo a resiliência e encontrando um novo sentido de bem-estar e esperança.

 

Se cuidem e até mais